É comum de quase todas as religiões criarem métodos de cura e teorias baseados na imaginação humana. Algumas destas religiões, não satisfeitas em convencer seguidores utilizando a explicação do "milagre", tentam provar cientificamente os seus costumes.
Veremos aqui três exemplos de teorias religiosas que eram aceitas cientificamente em suas épocas, mas que foram descartadas pelo ponto de vista cientifico atual.
- Água benta
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Em 1988, os adeptos da homeopatia acreditaram que finalmente a ciência reconhecera a eficácia desse tipo de tratamento. Isso porque o médico imunologista francês Jacques Benveniste publicou um artigo na revista Nature que mostrava que a água tinha memória, isto é, que ela guardava traços dos elementos que haviam entrado em contato com ela. Como a terapia homeopática baseia-se na ideia da diluição de uma substância ativa na água até que não sobre mais nada dessa substância no remédio, a proposição de Benveniste era a "prova científica" para a eficácia do tratamento. O problema é que ninguém, fora os hoemopatas, levou o artigo de Benveniste muito a sério, pois sua hipótese nunca conseguiu ser reproduzida em laboratório. Para piorar, uma nova pesquisa divulgada em 2005 também pela revista Nature e realizada pelo pesquisador R.J. Dwayne Miller, da Universidade de Toronto (Canadá), e por cientistas do Instituto Max Born, da Alemanha, mostrou que a proposta de que a água retenha alguma "memória" de substâncias com que teve contato está errada. Nessa pesquisa, os cientistas não buscavam criticar o princípio homeopático, mas entender como a água funciona. Mas, mesmo sem querer, eles acabaram jogando um balde de água fria na ideia de Benveniste.
- O gigante de Cardiff
O gigante de Cardiff é a típica fraude que logo é desmascarada pela ciência mas que, mesmo assim, permanece como uma "verdade" para boa parte da população. Em outubro de 1869, um fazendeiro da região de Cardiff, no Estado de Nova York (EUA), alegou ter descoberto em suas terras o "fóssil" de um homem gigante de cerca de três metros de altura petrificado. Muitos religiosos acreditavam ser esta a prova de que nos tempos pré-diluvianos esses gigantes existiram de fato, como na narrativa bíblica de Davi e Golias. Os cientistas logo constataram que tratava-se de uma peça esculpida em gesso e enterrada no local alguns anos antes. Mas isso não impediu que as pessoas de várias partes viajassem até Nova York e pagassem ingresso para ver o gigante de Cardiff, uma "prova verdadeira" dos relatos bíblicos.
- Design inteligente
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Os adversários do evolucionismo resolveram construir sua própria teoria científica para tentar explicar racionalmente os atos de criação divina. Essa versão "científica" elaborada pelos criacionistas não chega a ser ciência de verdade, pois não segue os métodos científicos, mas eles se esforçam para fazer parecer que é. A ideia de que há um designer inteligente e sobrenatural atuando sobre o universo é defendida em várias teorias, nem sempre coesas e coerentes entre elas, por cientistas como o bioquímico Michael J. Behe, da Lehigh University, e o biologista molecular Jonathan Wells, do Instituto Discovery para Ciência e Cultura. Um dos argumentos "científicos" usados pelo design inteligente é o da complexidade irredutível. Segundo Behe, existem estruturas biológicas que não poderiam ter evoluído de um estado mais simples. Elas seriam irredutivelmente complexas e, portanto seria impossível que pudessem ter "evoluído" a partir de estruturas menos complexas, pois essas não teriam condições de existir. Para os cientistas, por não ser um método empírico, o design inteligente não é ciência e sim filosofia.
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